Câncer de Pele: Principais Dúvidas

O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no Brasil e no mundo. Apesar de muito frequente, ainda gera diversas dúvidas em pacientes. Neste artigo, vou esclarecer os principais pontos sobre a doença, os tipos de câncer de pele, os sinais de alerta e como se prevenir.

O que é o câncer de pele?

O câncer de pele acontece quando algumas células da pele sofrem mutações e passam a se multiplicar de forma descontrolada. Essa proliferação pode formar lesões que, dependendo do tipo, podem ser menos ou mais agressivas.

Quais são os tipos de câncer de pele?

Existem dois grandes grupos de câncer de pele:

Câncer de pele não melanoma

São os mais frequentes e respondem por cerca de 95% dos casos.

• Carcinoma basocelular (CBC):
  
  • É o tipo mais comum.
    
  • Cresce lentamente e raramente dá metástases.
    
  • Mesmo sendo menos agressivo, pode invadir tecidos locais, causando deformidades se não tratado.
    
  • Aparece geralmente como uma “feridinha” que não cicatriza, um nódulo brilhante ou uma lesão com crosta.

• Carcinoma espinocelular (CEC):
  • Segundo tipo mais comum.
    
  • Ainda é um dos tipos menos agressivos, mas tem comportamento mais agressivo que o basocelular, podendo dar metástases em alguns casos.
    
  • Costuma surgir em áreas de pele exposta ao sol, como face, orelhas e mãos.
    
  • Pode aparecer como uma ferida que cresce, sangra ou forma uma crosta persistente

Câncer de pele melanoma

• É menos frequente (aproximadamente 5% dos casos), mas o mais perigoso.
  
• Surge a partir dos melanócitos (células que produzem melanina, o pigmento da pele).
  
• Tem alta capacidade de gerar metástases e se não for diagnosticado precocemente pode ter mortalidade alta.
  
• Pode se desenvolver em uma pinta já existente ou em pele aparentemente normal.

Quais são os sinais de alarme?

Para câncer de pele em geral

• Lesão que não cicatriza.
  
• Ferida que sangra com facilidade.
  
• Mancha ou bolha que cresce rapidamente.
  
• Nódulo endurecido, crostoso ou com bordas irregulares.
  

Para melanoma: a regra do ABCDE

É um método simples para avaliar pintas e manchas na pele:

• A – Assimetria: uma metade diferente da outra.
  
• B – Bordas: irregulares, mal definidas.
  
• C – Cor: mais de uma cor na mesma lesão (preto, marrom, avermelhado, branco ou azul).
  
• D – Diâmetro: maior que 6 mm (do tamanho de uma borracha de lápis).
  
• E – Evolução: crescimento, mudança de cor, forma ou surgimento de sintomas como coceira e sangramento.
  

Se uma pinta ou mancha apresentar qualquer uma dessas alterações, é sinal de alerta e deve ser avaliada por um médico.

Toda pinta, mancha ou bolha é câncer de pele?

Não. A grande maioria das pintas e manchas são lesões benignas. Porém, como não é possível diferenciar com segurança apenas olhando, é fundamental que um especialista avalie sempre que houver mudança de aspecto, crescimento rápido, dor, sangramento ou qualquer característica do ABCDE.

Dermatoscopia: exame essencial no diagnóstico do câncer de pele

A dermatoscopia é um exame realizado em consultório, com um aparelho chamado dermatoscópio, que funciona como uma “lupa especial com luz polarizada”, permitindo ampliar e detalhar estruturas da pele que não são visíveis a olho nu.

Ela ajuda o especialista a:

• Diferenciar lesões benignas (como pintas comuns e queratoses seborréicas) de lesões suspeitas.
  
• Avaliar padrões de cor, vasos sanguíneos e estruturas internas da pinta.
  
• Decidir com mais segurança quando indicar biópsia ou apenas acompanhamento.
  

A dermatoscopia é considerada hoje uma ferramenta fundamental para o diagnóstico precoce do melanoma, aumentando a chance de identificar o câncer ainda em fases iniciais.

Quais são os sintomas do câncer de pele?

Nem todo câncer de pele dói ou incomoda. Muitas vezes ele aparece como uma lesão silenciosa. Os sintomas que podem surgir incluem:

• Ferida que não cicatriza.
  
• Lesão que sangra ou forma crostas repetidamente.
  
• Nódulo na pele de crescimento progressivo.
  
• Pinta ou mancha que muda de cor ou forma.
  
• Em casos avançados, dor, coceira ou ulceração.
  

O câncer de pele pode ser hereditário?

A maioria dos casos de câncer de pele está relacionada à exposição solar excessiva e cumulativa ao longo da vida.
No entanto:

• Pessoas com histórico familiar de melanoma têm risco aumentado.
  
• Algumas síndromes genéticas raras também aumentam a predisposição.
  
• Ter pele clara, olhos claros e histórico de exposição solar também aumenta significativamente o risco de desenvolver câncer de pele.

Tipos de pele e risco de câncer: a classificação de Fitzpatrick

O risco de desenvolver câncer de pele também varia conforme o tipo de pele, definido pela classificação de Fitzpatrick. Essa escala leva em conta a cor da pele, olhos, cabelos e a forma como a pele reage à exposição solar.

• Tipo I: pele muito clara, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou ruivos. Sempre se queima, nunca bronzeia. Maior risco de câncer de pele.
  
• Tipo II: pele clara, olhos claros ou castanhos claros, cabelos loiros ou castanhos. Queima com facilidade, bronzeia minimamente. Alto risco.
  
• Tipo III: pele clara a morena clara, bronzeia de forma gradual, queima moderadamente. Risco intermediário.
  
• Tipo IV: pele morena, raramente queima, bronzeia com facilidade. Risco menor, mas não nulo.
  
• Tipo V: pele morena escura, quase nunca queima, bronzeia intensamente. Risco baixo, mas pode desenvolver câncer em áreas menos pigmentadas.
  
• Tipo VI: pele negra, nunca queima, sempre pigmentada. Risco mais baixo, porém ainda existe, especialmente para melanoma acral (em palmas, plantas e unhas).
  

📌 Mesmo pessoas com pele mais escura não estão livres do câncer de pele. O melanoma acral lentiginoso, por exemplo, é mais frequente em pessoas de pele negra e costuma surgir em áreas como pés, mãos e unhas.

Quando procurar um médico?

Você deve procurar um dermatologista ou cirurgião de cabeça e pescoço quando apresentar:

• Uma lesão nova que não cicatriza.
  
• Pintas que mudam de cor, forma ou tamanho.
  
• Lesões que sangram, coçam ou crescem rapidamente.
  
• Histórico familiar de câncer de pele associado a qualquer alteração suspeita.
  

Como prevenir o câncer de pele?

A prevenção é fundamental e pode salvar vidas.

• Evite exposição solar excessiva, especialmente entre 10h e 16h.
  
• Use protetor solar FPS 30 ou mais diariamente, inclusive em dias nublados.
  
• Reaplique o protetor a cada 2–3 horas quando estiver ao ar livre.
  
• Use chapéus, roupas de manga longa e óculos escuros como barreira física.
  
• Evite câmaras de bronzeamento artificial.
  
• Faça autoexame da pele regularmente e fique atento a novas pintas ou mudanças.
  
• Realize consultas de rotina com o especialista, principalmente se tiver fatores de risco.
  

Conclusão

O câncer de pele é uma doença comum, mas que pode ser prevenida e diagnosticada precocemente.

• O carcinoma basocelular e o espinocelular são os tipos mais frequentes e, apesar de menos agressivos, precisam de tratamento adequado.
  
• O melanoma, embora menos comum, é o mais perigoso e exige atenção redobrada aos sinais do ABCDE.
  
• Nem toda pinta ou mancha é câncer, mas mudanças em lesões cutâneas merecem avaliação médica.
  
• A prevenção com protetor solar, proteção física e consultas regulares é a principal arma contra o câncer de pele.
  

Se você identificou alguma pinta ou lesão suspeita, agende sua consulta em Salvador. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a chance de tratamento simples e eficaz.

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